O TEU FARDO

Pelas imperfeições que ainda possas trazer contigo,

não digas que que não podes auxiliar a quem sofre.
Embora sob o peso do próprio fardo,

alivia os ombros alheios da carga das grandes tribulações que carregam.
Mesmo que te sintas titubeante em teus passos,

procura estender as mãos aos que se demoram na retaguarda da vida,
auxiliando-os a seguir em frente.
Porque esteja cativo, o pássaro não deixa de cantar.
Porque dilacerada, a árvore não cessa de produzir.
Porque tenha sido poluída no nascedouro,

a fonte não pára de correr, dessedentando a gleba.
Não te centralizes em teus problemas,

como se em torno de ti não houvesse

ninguém em lutas maiores que as tuas.
Quase todos os missionários do Bem

sobre a Terra transitaram entre homens

silenciando as próprias mágoas no coração.

Muitos deles sorriam,
tendo a alma encharcada de lágrimas;

outros se mostravam felizes,
apesar dos espinhos cravados ao peito...
Abençoa a tua cruz ao invés de maldizê-la,

pois é justamente ela que te escora para

que não caias em provações maiores.
Agradece as dificuldades que te fortalecem o Espírito.
Enfrenta com amor e humildade os obstáculos do cotidiano

e haverás de superá-los com dignidade.
Se Jesus peregrinou ao Calvário,

outro não pode ser o nosso caminho,
se verdadeiramente aspiramos à suprema libertação.
Foge, assim, à lamentação improdutiva em que muitos perdem
minutos preciosos e entrega as tuas mãos ao cultivo do Bem,
cujos frutos são os da paz e da alegria,

a crescerem por dentro da própria alma.
Quando te sintas desfalecer, ante o fragor da batalha,
pede socorro na prece e, do Alto, chegarão os suprimentos de
força para que não te esmoreças nos embates da Vida!

SEBASTIÃO CARMELITA
Do livro A Flama Espírita – item 12
Carlos A. Baccelli